‘Vila Velha-Serra-Praias-Palácio de Queluz’, nada mais existe de modo pensado, fluido, estudado e correctamente explorado e divulgado, que se possa oferecer a quem nos visita.

      O ponto fraco, em minha opinião, reside aqui! Na inexistência de uma alternativa (ou alternativas) qualificada(as) de itinerários culturais variados e opcionais que levem o visitante a ocupar e a rentabilizar o seu muito ou pouco tempo de estadia em Sintra, do me-lhor modo possível. Porquê, ou para quê ‘per-der’ uma manhã inteira à espera de vez para se aceder a um palácio? Esse compasso de espera podia, aliás, devia, ser bem aproveitado, para bem de todos e, sobretudo, de Sintra. O visitante sairia mais enriquecido pela variedade da oferta; os valores patrimoniais sintrenses localizados fora daquele eixo sairiam, também, beneficiados na sua necessária conservação e na sua merecida divulgação; a pressão sobre os monumentos emblemáticos de Sintra seria menor, contribuindo esse factor para uma melhor gestão da sua salvaguarda; e a frequência assídua dos visitantes a espaços pouco ou nada conhecidos do público em muito contribuiria para uma dinâmica económica e turística das respectivas localidades de implantação.

      A todo este ‘investimento’ acresceria a instalação, imediata, de sinalética histórico- -artística junto de cada monumento, quer nos insertos no dito eixo ‘Vila Velha-Serra-Praias- -Palácio de Queluz’, quer em todos os demais implantados no território sintrão. A tabelagem seria simples, cabal, essencial, correcta e acessível, à semelhança do que se faz por esse mundo fora, e já também cá, diga-se, como em Lisboa, Alcácer do Sal, Évora, Palmela, etc.

      Sintra seria, assim, parcialmente vista e apreendida correctamente a desoras, sem espartilhos de horários ou de pagamentos

 

de franquias, para quem, desse modo, assim o entendesse ou desejasse, e isto apenas porque Sintra, a nossa Sintra, é de todos e para todos.

      Cabe-nos a nós, portugueses, a sua competente salvaguarda e a sua cuidada perpetuação por este novo milénio, se bem que, em primeiro lugar, essa responsabilidade recaia nos sintrenses. Há que lutar e trabalhar muito por Sintra. Ela merece-o bem.

      Em boa hora celebra a Associação de Defesa do Património de Sintra (ADPS) as suas bodas de prata como instituição que vem pugnando, incansavelmente, pela preservação, pela valorização e pela divulgação de Sintra como espaço de Cultura e como local onde se gosta de estar, de trabalhar e de viver.

      Os meus sinceros parabéns à ADPS e aos seus associados – nos quais tenho a honra e o orgulho de também me incluir – pelo trabalho desenvolvido no decurso destes 25 profícuos anos de actividade; e votos eternos para que não deixem nunca cair os braços na defesa do bem da nossa terra e em prol da preservação dos seus valores patrimoniais, pois somente com trabalho, abnegação, voluntarismo, dedicação e perseverança se conseguem alcançar quaisquer objectivos.

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