Associação de Defesa do Património de Sintra

APARTADO 1017 – Sintra Vila 2711-801 SINTRA

 

PASSEIOS EM SINTRA

 

Conhecer o património do concelho sob diversos, aspectos (paisagístico, arquitectónico, cultural), chamar a atenção para a sua preservação, ultrapassar o conceito restrito de «património=monumento», foram alguns dos objectivos que a A.D.P.S. Se propôs ao iniciar os Passeios.

A iniciativa foi bem compreendida pelo público, que a acolheu com entusiasmo e simpatia, ávido que está de realizações culturais tão raras na nossa Vila. O programa previa numa primeira fase quatro passeios, dos quais  se realizaram já os três primeiros.

Assim a 8 de Maio teve lugar o primeiro passeio - «Passeio fim de século», que teve como itinerário um dos mais conhecidos e queirozianos percursos dos fins do século XIX, período em que Sintra era lugar privilegiado de poetas, de pintores e amantes das belezas naturais e da arquitectura «romântica». Partindo do largo da vila, antiga Praça, subiu até Seteais, com paragens no percurso para breves referências históricas: na actual Praça da República, no Largo de S. Martinho e no adro da igreja, Casa de Ribafria, na antiga Lawrence, nos Pisões, na Quinta do Relógio e na Quinta da Regaleira. Como guia, José Alfredo da Costa Azevedo, um profundo conhecedor da história de Sintra. No belo Palácio de Seteais um bem agradável momento musical foi preenchido pelo Quarteto de Santa Cecília (António José Miranda – 1.º violino, Vahco Broco da Silva – 2.º violino, Jorge Lé – viola e Joaquim Gomes – violoncelo) acompanhado pelo clarinetista Iann Scott, que interpretaram o Quinteto de clarinete em Lá M de Mozart. O Passeio terminou já no regresso à Vila, na Quinta do Relógio. Aí, a par das famosas queijadas da SAPA oferecidas pelo Sr. Francisco Neves, para os participantes no passeio, estava presente uma exposição do artesão do barro João Luís Ferreira da Silva com peças caracterizando a região saloia.

O segundo passeio, realizado a 22 de Maio - «Passeio na Linha» - continuou o percurso pelo passado, situando-se a partir da época da chegada do caminho de ferro a Sintra, com o desenvolvimento que trouxe e as modificações que foi introduzindo quer na fisionomia urbana da vila, quer nas zonas abrangidas pela passagem do novo meio de transporte. A forma explosiva que a construção de novas «cidades» limítrofes tem revestido nos últimos anos, provocando graves problemas de vária ordem, foi um dos temas tratados na viagem de regresso, num debate animado pelo responsável da CP pela Linha de Sintra, Eng.º Vilaça Moura que, depois de ter conduzido uma visita técnica à Estação do Rossio e ao seu Centro de Comando, falou sobre as grandes linhas de desenvolvimento que a Linha vai ter no futuro, bem como as principais opções que se põem e as diversas implicações do tipo de desenvolvimento previsto. Este passeio foi realizado conjuntamente pela A.D.P.S e a Associação Portuguesa dos Amigos dos Caminhos-de-ferro, tendo como participantes pelos membros desta última associação uma resenha da evolução do caminho-de-ferro para Sintra, desde as primeiras tentativas de construção até à electrificação, passando pelo pitoresco Larmanjat.

«Ver, sentir e sonhar com o Portugal do século XV» no Paço de Sintra foi proposta lançada pelo último passeio, realizado a 19 de Junho. Ligando-se a uma das épocas abrangidas pela XVII exposição de Arte, Ciência e Cultura do Conselho da Europa, a do início da Dinastia de Avis, através de um percurso estabelecido na zona joanina do Paço, recrearam-se alguns dos aspectos dessa época. A leitura de textos, a recitação de poemas da «Mensagem» de Fernando Pessoa, a passagem de diaporamas, bem como a interpretação de peças musicais da época pelo grupo vocal Arsis, sob a direcção de Francisco D'Orey, e por Nuno Torca (alaúde), ajudaram esse sonho que se pretendeu transmitir aos participantes.

Cabe aqui uma palavra de agradecimento a todos os que contribuíram para que a realização destes passeios fosse possível, quer pelas facilidades que deram na utilização e visita de imóveis e instalações, quer ainda pela colaboração que deram e que demonstra que o interesse pela defesa do nosso património e pelo conhecimento da nossa história, mesmo que seja apenas a do nosso concelho, ultrapassa em muito o número que inicialmente se pensaria.

 

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