COMUNICADO
A Associação de Defesa do Património de Sintra saúda a iniciativa de
realização em Sintra do Congresso Mundial da OCPM sob o título “Cidades
Património Mundial e as Alterações Climáticas."
Desejando contribuir para o debate de tema tão
actual, queremos apresentar, neste comunicado, algumas das nossas
preocupações.
Sendo Sintra o primeiro lugar na Europa
classificado pela Unesco como “Paisagem Cultural da Humanidade” em
reconhecimento da harmonia entre a paisagem natural e a arquitectura,
cumpre-nos zelar para que essa harmonia seja mantida.
Foram os seus habitantes que, ao longo dos
séculos, fizeram da Vila de Sintra o que hoje podemos admirar e, por
isso, é natural que a Unesco tenha recomendado, que as pessoas sejam
auscultadas quando se desejam fazer alterações que modifiquem ou possam
até destruir o aspecto cénico de Sintra.
Sem que sejam ouvidos os habitantes e associações
(“stakeholders”) e ignorando os seus afectos, têm sido cortadas árvores,
algumas de grande porte, em locais emblemáticos, cujo fundamento
amiudadas vezes desconhecemos e poucas árvores têm sido plantadas para
substituir as que são abatidas.
Onde antes existia sombra e frescura – uma das
características de Sintra, em pleno Verão – começam a surgir troços onde
somos fustigados por sol inclemente. O carácter dos arruamentos de
Sintra começa a perder-se, assim como uma certa qualidade de vida.
Face aos cortes de árvores efectuados
recentemente, consideramos necessário reavivar o Conselho Municipal do
Ambiente assim como promover reuniões multidisciplinares em que os
“stakeholders” estejam presentes, para avaliação dos processos mais
adequados para a conservação do património arbóreo e, em casos limite, a
substituição de uma ou outra árvore.
Os conhecimentos na área da arboricultura para a
conservação do arvoredo permitem hoje em dia a aplicação de técnicas
para a manutenção em segurança das árvores que pela sua localização,
espécie, raridade, longevidade ou monumentalidade devem ser
especialmente protegidas na área classificada como Património Mundial e
na sua Zona Tampão e de Transição.
As alterações climáticas também poderão afectar
as zonas acima referidas o que é mais um motivo para a preservação deste
microclima que só pode subsistir com a adequada conservação e manutenção
do património arbóreo.
Sintra,
22 de Novembro de 2011.
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